sábado, 31 de março de 2012

É do PDT, mas podia ser do PSD (Drops do Abaporu - 09)


Do vereador Ivaldo Rodrigues, ao assumir a presidência da Comissão Provisória do PDT de São Luís, sobre o apoio do partido à reeleição do prefeito João Castelo (PSDB):

"Não existe nenhuma determinação nacional de afastamento do prefeito João Castelo. Assim como também não existe nenhum acordo para apoiá-lo, também não existe nenhum para vetá-lo".

A frase assemelha-se a do prefeito Gilberto Kassab (PSD), quando perguntado qual a linha ideológica do PSD: "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro".

Com essa, Ivaldo Rodrigues estreia na presidência do PDT municipal, mas poderia ser no PSD...



Drops do Abaporu* (Coluna Abaporu - Ano II - número 08)
Abaporu é  a tela brasileira mais valorizada no mundo (1,5 milhão de dólares). Pintada em óleo sobre tela em 1928 por Tarsila do Amaral, é um símbolo do movimento modernista, que propunha  deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la à realidade brasileira. O nome vem do tupi e significa aba(homem), pora (gente) e ú (comer): o "o homem que come gente".

Vias de Fato: JOSÉ SARNEY E SUA SÍNDROME BIOGRÁFICA

José Sarney continua obcecado com a ideia de fraudar a história e reinventar sua biografia. A ladainha do mitômano já é conhecida. O livro de Regina Echeverria, por exemplo, lançado há um ano, foi uma evidente compilação de patranhas.
O último ato decorrente desta síndrome, veio à tona no último dia 27 de março. Nesta data, foi anunciado na TV Guará (repetidora da Record News, no Maranhão), a estreia do programa Avesso, trazendo “uma entrevista com José Sarney”, cuidadosamente divulgada (e depois repercutida) no sempre governista O Imparcial. O entrevistador, propagado com relativo estardalhaço, foi o escritor, cronista e teatrólogo Américo Azevedo Neto, confrade do entrevistado na Academia Maranhense de Letras (AML).
No discurso de Sarney, no lugar do ex-presidente da ARENA, aparece de súbito “um democrata”; em vez do afilhado e ex-correligionário de Vitorino Freire, surge um “oposicionista firme e corajoso”; o notório corrupto torna-se o intelectual de “prestígio internacional”; um inescrupuloso e burlesco Odorico Paraguaçu posa de “estadista”; o aliciador odiento e vingativo se disfarça numa figura “generosa” e “sem ressentimentos”; o aliado visceral de torturadores é “quase um comunista” e o protetor de latifundiários assassinos, quer se passar por um “cristão radical”, a “nossa” Madre Teresa de Curupu...
Quanto à tertúlia na TV Guará, a emissora do opulento Roberto Albuquerque (agora, bem cevado pelo governo Roseana e por “generosas” empresas), ninguém falou da famosa “universidade da fraude”, nas urnas de “Zé meu filho”, nas diabruras do desembargador Sarney Costa, nas velhas chicanas jurídicas, no golpe de 64, no AI-5, na construtora Mendes Junior, nos ilícitos junto ao Diário Oficial, no processo contra Ribamar Bogéa e Freitas Diniz, na Lei de Terras, nas baixarias do Jornal de Bolso, na brutal grilagem ocorrida no Maranhão, nos inúmeros assassinatos no campo, na Fazenda Maguari, na tortura, no atentado contra Manoel da Conceição, na inflação de quase 100% ao mês, no desastre da Nova República, na CPI da Corrupção, na distribuição de concessões de TV, no Caso Reis Pacheco, do Convento das Mercês, etc. etc. etc. etc. etc. etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.
A entrevista foi apenas uma sequência das velhas e surradas mentiras do entrevistado, que a TV Guará “esqueceu” ser hoje uma das figuras mais desmoralizadas do Brasil (uma chacota, de cabo a rabo do país). Ao final, não podia ser diferente, ficou tudo muito ruim... Num programa batizado como Avesso (o oposto, o outro lado), o que se viu nesta edição de estreia foi mais do mesmo: a velha propaganda sarneyista que não convence rigorosamente a ninguém. Como disse o ex-senador Artur da Távola, sobre o discurso de Sarney no “Caso Lunus”: “A montanha pariu um rato...” E acreditem!: hoje, é bem possível que até Dona Marly tenha vergonha deste tipo de presepada do filho do desembargador...
E roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão...

Comédia grega em Goiás, por Chico Caruso

Charge do Chico Caruso, via Blog do Noblat

sexta-feira, 30 de março de 2012

Artigo - Marco Antonio Villa: FRACASSAMOS

Ainda que o pessimismo seja exacerbado, fico com o pessimismo da análise do artigo de Marco Antonio Villa para nortear o otimismo da ação, pela seriedade de sua reflexão.
Marco Antonio Villa estará, no dia 04 de abril (quarta-feira), às 19 horas, no auditório da OAB (Calhau), proferindo palestra no lançamento do Instituto Jackson Lago. Bom momento para debate com ele o conteúdo do artigo abaixo. Agendem-se!



Marco Antonio Villa, Folha de S. Paulo
Nem o dr. Pangloss, célebre personagem de Voltaire, deve estar satisfeito com os rumos da nossa democracia. Não há otimismo que resista ao cotidiano da política brasileira e ao péssimo funcionamento das instituições. 
Imaginava-se, quando ruiu o regime militar, que seria edificado um novo país. Seria a refundação do Brasil. Ledo engano.

Em 1974, Ernesto Geisel falou em distensão. Mas apenas em 1985 terminou o regime militar. Somente três anos depois foi promulgada uma Constituição democrática. No ano seguinte, tivemos a eleição direta para presidente.
Ou seja, 15 anos se passaram entre o início da distensão e a conclusão do processo. É, com certeza, a transição mais longa conhecida na história ocidental. Tão longa que permitiu eliminar as referências políticas do antigo regime. Todos passaram a ser democráticos, opositores do autoritarismo.
A nova roupagem não representou qualquer mudança nos velhos hábitos. Pelo contrário, os egressos da antiga ordem foram gradualmente ocupando os espaços políticos no regime democrático e impondo a sua peculiar forma de fazer política aos que lutaram contra o autoritarismo.
Assim, a nova ordem já nasceu velha, carcomida e corrompida. Os oligarcas passaram a representar, de forma caricata, o papel de democratas sinceros. O melhor (e mais triste) exemplo é o de José Sarney.
Mesmo com o arcabouço legal da Constituição de 1988, a hegemônica presença da velha ordem transformou a democracia em uma farsa.
Se hoje temos liberdades garantidas constitucionalmente (apesar de tantas ameaças autoritárias na última década), algo que não é pouco, principalmente quando analisamos a história do Brasil republicano, o funcionamento dos três Poderes é pífio.
A participação popular se resume ao ato formal de, a cada dois anos, escolher candidatos em um processo marcado pela despolitização. A cada eleição diminui o interesse popular. Os debates são marcados pela discussão vazia. Para preencher a falta de conteúdo, os candidatos espalham dossiês demonizando seus adversários.
O pior é que todo o processo eleitoral é elogiado pelos analistas, quem lembram, no século 21, o conselheiro Acácio. Louvam tudo, chegam até a buscar racionalidade no voto do eleitor.
Dias depois da "festa democrática", voltam a pipocar denúncias de corrupção e casos escabrosos de má administração dos recursos públicos. Como de hábito, ninguém será punido, permitindo a manutenção da indústria da corrupção com a participação ativa dos três Poderes.
Isso tudo, claro, é temperado com o discurso da defesa da democracia. Afinal, no Brasil de hoje, até os corruptos são democratas.
No último dia 15, a Nova República completou 17 anos. Ninguém lembrou do seu aniversário. Também pudera, lembrar para que?
No discurso que fez no dia 15 de janeiro de 1985, logo após a sua eleição pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves disse que vinha "para realizar urgentes e corajosas mudanças políticas, sociais e econômicas, indispensáveis ao bem-estar do povo".
Mais do que uma promessa, era um desejo. Tudo não passou de ilusão.
Certos estavam Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Escreveram em uma outra conjuntura, é verdade. Mas, como no Brasil a história está petrificada, eles servem como brilhantes analistas.
Para Lobato, o Brasil "permanece naquele eterno mutismo de peixe". E Euclides arremata: "Este país é organicamente inviável. Deu o que podia de dar: escravidão, alguns atos de heroísmo amalucado, uma república hilariante e por fim o que aí está: a bandalheira sistematizada".
Transcrito da Folha de S. Paulo de 29 de março de 2012

Marco Antonio Villa55, é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Só se morre uma vez. Mas é para sempre (Millôr Fernandes)

Do Humor Político:
MORRE MAIS UM GÊNIO DO HUMOR, MILLÔR FERNANDES


por Sponholz para o Humor Político

por Sponholz exclusivo para o Humor Político

Frases do Millôr sobre a morte que o Zé Dassilva escaneou do livro "Millor Definitivo".

por Sponholz exclusivo para o Humor Político

Artigo - Wagner Baldez: UMA FARSA BEM MONTADA

Wagner Baldez (*)

Francamente, qualquer pessoa de senso acurado, considera uma brutal afronta, não só à sociedade, mas, sobretudo, aos próprios membros do Legislativo Estadual, a frase colocada em uma das paredes do Plenário da Casa: “NÃO HÁ DEMOCRACIA SEM PARLAMENTO LIVRE”
Citada advertência decorre do fato de ser a mencionada frase de autoria do senador Sarney, figura que não possui a mais remota legitimidade para produzir obra de cunho cívico e postulação de caráter democrático, já que ocupou a Presidência do Partido da Ditadura Militar, o suficiente para que repudiemos tamanha insensatez e escandaloso paradoxo!
Retirar do recinto citado fraseado, que não passa, aliás, de nebulosa retórica de fumaça ou estrumeira verbal, é um dever moral dos parlamentares. Entretanto, torna-se difícil acreditar que venha tal decisão materializar-se, devido à ampla maioria dos Deputados, com assento naquela Casa, pertencer ao quadro dos áulicos que devem obediência à Governadora.
Também não compreendemos o porquê de tais representantes, embora conhecedores da maneira injusta e implacável como os militares tratavam o Parlamento, continuarem a manter uma convivência amistosa com a mencionada inscrição oriunda de um dos agentes da Ditadura. É negociar a própria dignidade!
Ao adentrar naquele Salão, tanto o visitante local como o turista, ambos por conhecerem a triste e vergonhosa história política do Senador, sentem-se surpreendidos e ao mesmo tempo agredidos por não acreditarem no que vêem: uma descarada e cínica encenação ou pilheria de mau gosto.
A verdade é que essa situação só persiste não por motivo dos deputados acreditarem no valor que possa a frase despertar, mas tão somente com a pretensão de bajular o produtor da expressão, em face do poder que ele exerce na política nacional. Não há outra explicação a referendar.
É como me dizia um sertanejo de Barra do Corda, numa admirável e bem ajustada comparação ao assunto presentemente aventado: “Senhor Wagner, saiba o companheiro que jumento carregado de açúcar até o “C” é doce”.
Realmente, o que não falta para exaltar as “qualidades” de quem dispõe de amplos poderes (embora reconheçam no senador os mais graves defeitos), são os LAMBE-PÉS, assim comportando-se com a exclusiva finalidade de tirar proveito da indigesta situação.
Acredite o Senador que pretender imortalizar uma glória que supunha ter alcançado, é pura ilusão, ou não passa de completa alogia; o que pode, inclusive, levá-lo ao ridículo “A palavra pode convencer, mas é o exemplo que arrebata multidões”, como bem dizia Francisco de Assis.
Portanto, já que você nunca criou as devidas condições para receber merecida consagração, o futuro, por certo, reservará à sua pessoa o indispensável e tão estigmatizado ANONIMATO.


(*) Wagner Baldez é funcionário público aposentado e membro da Executiva Estadual do PSOL/MA

quarta-feira, 28 de março de 2012

Poesia do Mundo - número 03

Por Lissandra Leite


O resto é silêncio - J. G. de Araújo Jorge


E o silêncio é tão nosso, e a quietude tamanha… O resto é silêncio [A sós, 1958], de J. G. de Araújo Jorge.





Cidade - Chacal
O caos urbano no poema de Chacal: Cidade [A vida é curta pra ser pequena, 2010]. No vídeo, veiculado pelo programa Jogo de Ideias do Itaú Cultural, o próprio autor declama, mas deixa de fora os dois últimos versos. Se quiser ler o poema inteiro clique aqui. 







segunda-feira, 26 de março de 2012

Chico City lá céu...

















Artigo - Wagner Balbez:
Paradoxal e condenável atitude do prefeito João Castelo


Wagner Baldez (*)



Por mais que seja o esforço mental empenhado, até hoje não consigo entender as razões pelas quais o alcaide João Castelo deixou de reconduzir ao cargo de secretário de Educação, o professor Moacir Feitosa, afastado, temporariamente, a fim de concorrer a uma das cadeiras para a Câmara Federal.

É lógico que, não sendo eleito, retornaria a reassumir a pasta que lhe fora confiada pelo próprio gestor municipal, o que, por não ter acontecido, causou surpresa geral, principalmente para a classe de professores. Logo ele (Castelo) que nos programas eleitorais fazia reiteradas apologias à pessoa do referido educador; inclusive acrescentando que,“se eleito fosse, seria ele o escolhido para assumir a secretaria de Educação no seu governo”, afirmação feita devido ao eficiente trabalho demonstrado como titular da respectiva pasta em administrações anteriores.

Então, apesar de tantos elogios celebrados, qual o motivo desse desfecho inopinado?!

A verdade é que o mandatário municipal, reconhecendo o prestígio alcançado pelo professor Moacir, junto à categoria de educadores, aproveitou-se de tais circunstâncias para fazer todas aquelas premeditadas encenações, o que lhe garantiria a simpatia do eleitorado deste. Citado apoio, sem dúvida, reforçaria substancialmente a candidatura postulada pelo futuro prefeito, àquelas alturas indefinidas.

Se você eleitor, se dispuser a aferir a vida pública do professor Moacir, por certo verificará que o mesmo sempre manteve uma conduta exemplar nos diversos cargos que ocupou.

Portanto, com o uso dessa prática abusiva sustentada pelo chefe do executivo municipal,saem  prejudicadas  a população de São Luís e a própria Administração, que deixou de ter em seus quadros umprofissional de reconhecido conceito.

(*) Wagner Baldez é funcionário público aposentado e membro da Executiva Estadual do PSOL/MA

domingo, 25 de março de 2012

Artigo - Silvio Bembem e João de Deus: O PT de São Luís/MA: entre a submissão à oligarquia e a resistência histórica

Sílvio Bembem (*)
João de Deus Castro (**)


25 de março. Eis a data fatídica de realização das prévias indiretas de escolha dos 220 delegados do PT de São Luís que escolherão, em encontro no dia 15 de abril, o candidato do partido a prefeito da cidade. É certo que o partido terá candidatura própria e todos os olhares voltam-se para o PT da capital maranhense num momento crucial, que dará o rumo para, dentre outras coisas, o pleito para o governo do estado em 2014. Dois nomes disputam a indicação: o deputado estadual Bira do Pindaré contra o vice-governador Washington Oliveira. Seis chapas disputam os votos dos mais de 2500 filiados/as aptos a votar.


O partido segue polarizado entre as duas direções que o dividem pelo menos desde 2010: de um lado, a saída pela esquerda, representada pelo campo Resistência Petista, liderado pelo dep. Bira, que apoiou Flávio Dino ao governo do estado; de outro, a servidão do PT à oligarquia mais longeva do Brasil, liderada pelo vice-governador WO. Aliás, e isso é impressionante, esta última pré-candidatura não saiu de dentro do PT, mas foi inventada nas hostes da oligarquia Sarney, se é que não foi ideia do próprio chefe de família depois de várias tentativas infrutíferas com nomes mais tradicionais do clã.

Está em jogo a democracia partidária e o exercício da liberdade de escolher o candidato do PT sem interferência do Palácio dos Leões. Segundo algumas análises, a candidatura do vice-governador WO a prefeito é uma jogada da oligarquia para aniquilar o PT do Maranhão, e impedir uma possível aliança com os partidos do campo democrático-popular (PCdoB, PSB, PDT...), evitando a possibilidade de estarem juntos em 2014 em apoio à candidatura de Flávio Dino a governador, e, claro, demovendo uma candidatura competitiva como a do dep. Bira a prefeitura de São Luís.


Mais uma vez, vários petistas históricos como Manoel da Conceição, dep. Dutra, Jomar Fernandes, Terezinha Fernandes, Sílvio Bembem, Augusto Lobato, Márcio Jardim, Salvador Fernandes, Luís Carlos Cintra, Prof. Francisco Gonçalves, Joseane Gamba, Joan Botelho, Carlito Reis, Creuzamar de Pinho, Marlon Botão, Ed Wilson, Luís Pedrosa, Ivaldo Coqueiro e tantos outros, unem-se do mesmo lado, apoiando a candidatura do dep. Bira. A outra pré-candidatura tem seu apoio mais firme no Palácio dos Leões, de onde não poupa recursos para cooptação e compra de posições políticas em troca de cargos, empregos e melhoria de vida, aproveitando-se inclusive da vulnerabilidade sócio-econômica de muitos companheiros petistas, mas também da venalidade de outros.


O vice-governador é conhecido em São Luís, mas, nunca tendo sido eleito a nada, virou a casaca e sucumbiu diante do poder oligárquico, alegando uma obscura estratégia de reforçar a governabilidade no nível federal. Estratégia que, a nosso ver, só tem sentido se paralelamente fortalecermos a esquerda nas localidades. Do contrário, cedo ou tarde, o governo petista seria engolido pela direita. E é claro, a sarneyzada, nessa situação, retornaria a seu lugar natural na esfera federal, o retrocesso, de onde aliás nunca saiu, já que a influência programática que esse setor tem sobre o governo nunca foi boa, daí o incômodo permanente. É fundamental derrotarmos a oligarquia aqui, como se deu em outros locais, a bem da própria governabilidade, de mais avanços sociais no Brasil e da mudança do quadro de calamidade de São Luís e do Maranhão. Mas o vice-governador não tem mais essa preocupação, e seu grupo se conforma docilmente em poucos e inexpressivos cargos, enquanto a ação de governo do estado reproduz o de sempre, ou seja, enriquecimento de poucos e empobrecimento da maioria de nosso povo. O Maranhão, que segue com altos índices de desempregados, analfabetos ou subalfabetizados, onde o latifúndio campeia e a democracia passa ao largo, é terreno fértil para que o dinheiro tenha um peso maior que as ideias, as ideologias e os sonhos por dias melhores para todos.


É Inegável que, apesar de ser o 16º PIB do país, com o segundo maior porto do mundo, com grandes (mas poucas) empresas no estado gerando riquezas (para o capital internacional), o Maranhão ainda seja o estado mais pobre da federação e que qualquer avanço social do país esbarre em suas fronteiras, mesmo que o grupo no poder tenha tido todo apoio de cima, cargos federais e verbas, o que só serviu para preservar o apartheid social que vem caracterizando nosso estado há tanto tempo. Neste sentido, o grande desafio é derrotar esse modelo de capitalismo oligárquico periférico de mais de quatro décadas instalado no território maranhense e lutar pela superação das desigualdades, da pobreza e da concentração de renda.


O PT, ao se aproximar da oligarquia Sarney e de setores do grande capital, se afasta da classe trabalhadora. E por isso é importante para Sarney tê-lo sob seu controle no Maranhão. A banda do PT na condição de servidão voluntário ao governo do Estado, com cargos na estrutura, mas sem protagonismo, tem feito um bom serviço de rebaixamento da política.


A sorte está lançada aos filiados/as. É hora de não ter medo da mudança e votar contra o entreguismo e a submissão representada pelo vice-governador. É hora de Bira prefeito de São Luís pelo Partido dos Trabalhadores. Ou isso ou o PT da capital estará sepultando seu futuro enquanto partido de esquerda, de massas, de base e dos trabalhadores/as.


(* ) Administrador, especialista em Sociologia (Uema), mestrando em Ciências Sociais da PUC/SP. E membro do Diretório Estadual do PT/MA.
(**) Ex-secretário de Juventude do PT/MA e servidor público do MPF/SP

quarta-feira, 21 de março de 2012

Poesia do Mundo - número 02

Por Lissandra Leite



Videoverso Gabriela Marcondes
Tudo é e não é. Ou talvez seja… Gabriela Marcondes – médica, por formação; poeta e música, por devoção – apresenta os dois lados da moeda com Videoverso [Videoverso, 2006]. Aqui, ela se une a Marcelo Pereira pra produzir este vídeo-poema. 





Remar - Caio Fernando Abreu


Artigo - Silvio Bembem: A LUTA PELA IGUALDADE DEVE CONTINUAR

Por Sílvio Bembem (*)

Dia 21 de Março - Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Aproveito para repudiar um ato de racismo: o fato aconteceu no dia 12 de março deste ano, em São Luís.

É triste, muito triste, o ato de racismo contra uma estudante negra em função da sua raça e do seu cabelo, na Escola Estado do Pará, no bairro da Liberdade.

Se isso aconteceu na cidade de São Luís do Maranhão, local onde a maioria de sua população é negra; e no bairro da Liberdade, considerado um quilombo urbano, por sua grande concentração de negros quilombolas.

O que não estará acontecendo neste momento em outras cidades do país e do mundo em que os negros (as) são minorias?

É grave! E devemos denunciar sempre.


Tenho dito que o RACISMO é um grande entrave para ascensão da população negra no mundo. E penso que só o fato de nós negros buscarmos uma boa educação não resolve. É preciso que os racistas sejam também educados para superar a cultura do racismo, fruto do processo de escravidão dos negros em vários países.

E como dizia o professor Milton Santos:

Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece considerar que há um lugar predeterminado, lá embaixo, para os negros e assim tranquilamente se comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da pirâmide social quanto haver subido na vida”.

Penso ser preciso respeitar as pessoas como elas são, ou melhor, respeitar a liberdade do outro. Por isso, a nossa luta pela igualdade deve continuar.

(*) Silvio Bembem é Administrador, especialista em Sociologia das Interpretações do Maranhão (UEMA), foi Secretário-Adjunto de Estado da Igualdade Racial do Maranhão (2007-2009), é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Política da PUC/SP e bolsista do Programa Internacional de Pós-Graduação da Fundação Ford.

terça-feira, 20 de março de 2012

JORNALISTA É UM INCÔMODO; SE NÃO FOR, NÃO É JORNALISTA - Com esta do Noblat, dá para concordar!

Sobre a imparcialidade do jornalista



"Este é um dos mitos cultivados há mais de século: jornalista é imparcial. Ou tem obrigação de ser.
Ninguém é imparcial. Porque você é obrigado a fazer escolhas a todo instante. E ao fazer toma partido.
Quando destaco mais uma notícia do que outra faço uma escolha. Tomo partido.
Quando opino a respeito de qualquer coisa tomo partido.
Cobre-se do jornalista honestidade.
Não posso inventar nada. Não posso mentir. Não posso manipular fatos.
Mas posso errar - como qualquer um pode. E quando erro devo admitir o erro e me desculpar por ele.
Cobre-se do jornalista independência.
Não posso omitir informações ou subvertê-las para servir aos meus interesses ou a interesses alheios.
Se me limito a dar uma notícia devo ser objetivo. Cabe aos leitores tirarem suas próprias conclusões.
Se comento uma notícia ou analiso um fato, ofereço minhas próprias conclusões. Cabe aos leitores refletir a respeito, concordar, divergir ou se manter indiferente.
Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser. Se não for não é jornalista."