sábado, 25 de outubro de 2014

Da neutralidade ao apoio ativo ao tucanato

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                                                                      Foto: Blog Marrapa

O apoio ativo

Vá se entender esse PPS maranhense!
Um só é deputado estadual porque lucrou muito com a indústria dos concursos públicos dos últimos 12 anos... Vota no 45!
A outra só é deputada federal porque se tornou referência da luta por direitos humanos e virou ícone dos que vêm de baixo e vencem na vida... Vota no Aécio!
Vá se entender essas lideranças do PPS!!



A “neutralidade”

Neutralidade que ajuda os tucanos: Roberto Rocha, em nome de Aécio Neves, agradece!
Quem os viu, quem os vê:
Domingos Dutra (5 mandatos de deputado como ícone do PT antineoliberal), hoje no Solidariedade que vota Aécio;

Bira do Pindaré (delegado regional da DRT no governo Lula, o que lhe projetou a 500 mil votos para senador e um mandato de deputado pelo PT esquerdista), agora no PSB que diz sim ao 45... Da pra entender?


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Militantes do PSOL do Maranhão registram voto em Dilma



Os militantes maranhenses do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que subscrevem este texto, face à orientação da Direção Nacional no sentido do voto contrário à candidatura neoliberal de Aécio Neves, do PSDB, e pela opção do voto branco, nulo ou em Dilma Rousseff, vem a público registrar que:


1. No primeiro turno, apoiamos e votamos em Luciana Genro, que apresentou as melhores propostas para o nosso país;

2. Neste segundo turno, a sociedade brasileira encontra-se claramente dividida entre duas candidaturas: uma conservadora, outra progressista; uma do campo da direita, outra no campo da esquerda;

3. Respeitamos os companheiros que optem pelo voto branco ou nulo. Mas, no quadro atual de nítida e perigosa polarização, em que é real a possibilidade de vitória da direita, a defesa e a campanha do voto branco ou nulo não representará nenhum acúmulo político para o fortalecimento do movimento popular, dos movimentos sociais e do PSOL;

4. Não podemos deixar de registrar que, nos governos Lula e Dilma, o PT não deteve as reformas neoliberais do Estado, da Economia e das Finanças; não freou as mudanças que cada vez mais favorecem a precarização das relações de trabalho; não deteve a concentração da terra, em nada avançou na reforma agrária, no fortalecimento da agricultura familiar e na produção de alimentos; 

5. Feitas as ressalvas que a História exige, declaramos nosso voto em Dilma Rousseff, conscientes de que, dessa forma, teremos maior legitimidade e força para cobrar da candidata, do seu partido, o Partido dos Trabalhadores, e de seus aliados à esquerda, as mudanças que se negaram a fazer ao longo de 12 anos.

Subscrevem
Antonio Gonçalves
Fernanda Nina Saboia
Franklin Douglas
Haroldo Saboia
Neuton César
Odívio Neto
Ricarte Almeida Santos
Profa Socorro Pereira

Em tempo:
Também se manifestaram por subscrever o documento os militantes Leonel Torres, Carlos Leen Santiago, José Lacerda e Manu Carvalhal


domingo, 19 de outubro de 2014

APESAR DOS PESARES


Franklin Douglas (*) 


Presenciamos a mais disputada das eleições brasileiras ao Governo Federal desde 1989, quando Collor de Mello (ex-PRN) e Lula (PT) se enfrentaram – o “Marajá das Alagoas” vencendo, por apertada diferença, o “Sapo barbudo”, no segundo turno.
As disputas seguintes tiveram um quê de jogo jogado: (i) Fernando Henrique Cardoso (PSDB), vencendo no primeiro turno, em 1994 e 1998; (ii) Luís Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno em 2002, já sob o marketing “Lulinha paz e amor” de Duda Mendonça, e, na reeleição, em 2006;  e (iii) Dilma Rousseff (PT), o poste do mito Lula, em 2010 – estas três últimas, eleições em segundo turno, mas com saída em vantagem aos candidatos petistas.
Esse fato novo talvez seja um dos motivadores de algo também inusitado: nunca se debateu tanto uma eleição neste país. Na praça, no trabalho, na sala de aula, na família, nos grupos do What Zap, só o que se discute é o segundo turno. E, infelizmente, cada vez mais com argumentos de menos e preconceitos de mais disparados por ambos os lados.
Petistas e tucanos conseguiram, em 20 anos, o que sempre sonharam: americanizaram as eleições brasileiras, em tudo: no marketing, no financiamento milionário, na plataforma programática e no bipartidarismo a la Democratas x Republicanos, com a diferença de que, no Brasil, pelas ideias e aliados de ambos, não sabemos exatamente quem são os Democratas, quem são os Republicanos!
Numa eleição de cenário imprevisível, o PT colhe o que plantou.
Não enfrentou o monopólio da mídia: vê-se golpeado por um rolo compressor de notícias e reportagens em ataque ao governo, criando um cenário de representação política favorável ao candidato opositor.
Não enfrentou economicamente a questão das privatizações, ao contrário, mudou de nome, para “concessões”, a fim de ludibriar a opinião pública: agora vê o grande capital beneficiário das privatizações petistas não economizar no financiamento da campanha de seu adversário.
Não enfrentou ideologicamente o fundamentalismo religioso: agora, encontra-se demonizado junto ao eleitorado evangélico, justamente por aqueles que cortejou.
Não enfrentou a reforma política do sistema, ao contrário, aprofundou a defesa de sua governabilidade conservadora e de sua tática de alianças com a velha política (Collor, Maluf, Sarney, Barbalho, Temer, etc), justificando-a como o “mal necessário”: agora se depara com o cenário inédito, nos últimos 40 anos, de amplo crescimento do campo conservador no Congresso Nacional.
Esse é o oxigênio que traz a candidatura de Aécio Neves ao centro da disputa com uma força nunca antes apresentada: econômica, eleitoral, política e ideologicamente.
Aécio já sai vitorioso da eleição, mesmo que a perca, pois o PSDB nunca teve um candidato tão competitivo, desde os anos 1990. Robustece-se politicamente para ser uma oposição muito mais dura do que o PT enfrentou até agora, se não vencer; se ganhar, construirá uma rápida rearticulação de forças em torno de si, cuja consequência será uma ampla articulação de políticas de retrocesso no tocante às demandas populares.
Se com Lula e Dilma essa agenda avançava a passos lentos – consequência de seu transformismo político em curso –, com Aécio, seu fôlego propiciará passos acelerados: Estado mínimo, privatizações, sucateamento das universidades federais e do serviço público, diminuição de concursos, redução de recursos para a agricultura familiar, precarização do trabalho, volta do tratamento dos direitos humanos como caso de polícia e não de políticas...
E, por fim, ideologicamente, Aécio Neves chegará ao poder tal qual os neoliberais pós-queda do muro de Berlim: na ofensiva do pensamento conservador. Sua defesa do governo Fernando Henrique Cardoso é só uma amostra grátis do que virá pela frente.
E deixará uma “esquerda”, a petista, perplexa e sem rumo, pois carimbada com o rótulo de corrupta. Sai do Palácio do Planalto sem perspectiva de retorno, porque não se afirmou como alternativa de sociedade, e perdeu o discurso da ética, deixando uma geração de jovens, crescida nos anos 2000, como a mais conservadora das juventudes deste País, pois as organizações coletivas pelas quais ela poderia se desvencilhar das amarras ideológicas de seu tempo e exercer sua participação crítica, foram amordaçadas pelo governismo, a exemplo da UNE, a União Nacional dos Estudantes.
Frente a esse cenário, o que fazer? Apostar no quanto pior melhor, cara leitora, caro leitor?
A lógica predominante nas políticas públicas sob o governo petista foi assim:
1) uma demanda social legítima: por exemplo, ampliação de vagas no ensino superior ou mais habitações populares;
2) um movimento social articulado a essa demanda: como a UNE ou os movimentos por moradia;
3) um setor do grande capital interessado em lucrar com o programa governamental voltado a essa demanda: tais como grandes grupos empresariais educacionais e empreiteiras;
4) um programa governamental para dar conta dessa demanda: a exemplo do  PROUNI”, do “FIES” ou do “Minha casa, minha vida”;
5) um ministério para executar esse programa, sob controle de um partido que, a partir de uma burocracia  instalada na direção, negocia vantagens junto ao empresariado em torno do programa, a fim de obter financiamento “impróprio” às ações do partido.
Essa lógica permitiu um cenário no qual, nunca na História deste país, ricos enriquecessem tanto, burocracias partidárias se apropriassem indevidamente tanto de recursos públicos, diversos movimentos sociais fossem tão domesticados... Mas também: nunca amplos setores da população saíram tanto da indigência social! Basta não esquecer que, nos governos tucanos, o maior salário mínimo foi de 78 dólares (R$ 189,74): hoje, está por volta dos 300 dólares.
Essa ampliação da capacidade de consumo da classe trabalhadora levou à emergência de camadas sociais, erroneamente denominadas de “nova classe média”, que fortaleceu um mercado interno que possibilitou ao país enfrentar as crises internacionais do capital.
A crítica contunde ao modus operandi do governo do PT, contudo, não pode ter como consequência a entrega do povo brasileiro aos leões neoliberais. Ou o enfraquecimento das alternativas gestadas pelo povo latino-americano aos ditames estadunidenses e o retorno da ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas (para os norte-americanos!).
A justificativa do voto no PSDB sob o argumento da alternância no poder é falsa, pois os últimos 20 anos de governos do PSDB e do PT não alteraram a forma de fazer política no Brasil. Ainda que, no caso do PT, tenha mudado a forma de sobrevivência social dos mais pobres.
A verdadeira alternância no exercício do poder passa por mobilizar a sociedade para as mudanças democratizantes do sistema e por fazer a “nova classe média” compreender que seu destino não é o sonho do padrão de consumo das classes altas, ao qual a “velha classe média” sempre se atrelou, mas de ter o papel de protagonista na construção de uma sociedade de iguais oportunidades a todos.
A vitória tucana põe fim a esse cenário, a não derrota petista mantém esse futuro em aberto. Por isso: continuar com Dilma, apesar dos pesares!

(*)  Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 19/10/2014, opinião. 

sábado, 18 de outubro de 2014

Ainda não ouviu a série "Criança é Ciência" do Rádio Ciência? Confira aqui


O que é o arco-iris? Como ele surge?



Por que o gelo queima?



Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?



 Por que o fogo é azul?


O que acontece quando chove e faz sol ao mesmo tempo? 





Artigo Wagner Baldez - Retórica de fumaça (para conhecimento da nova geração)

 

Wagner Baldez (*)


Existem homens públicos que no exercício de seus mandatos cultivam a mórbida pretensão de enganar o povo; esforçando-se por fazer-nos acreditar na “pureza” de suas encenações artisticamente urdidas.

Apesar dos muitos comediantes que atuam nesse cenário, o que mais se identifica com aludido perfil é o senador José Sarney, devido a agravante de sua retórica produzir maior volume de fumaça do que propriamente o poder de fogo por ele supostamente imaginado.

Tudo que ele prega é produto de consumo pessoal, porque na prática age de forma diferente, não passando de um vezeiro queimador de eloquentes palavras.

Nos discursos produzidos no Parlamento Nacional proclama-se democrata e progressista, no entanto, historicamente, não passa de um ardoroso defensor de ditadura, a exemplo do que aconteceu em 64; chegando inclusive à condição de presidente do partido dos militares (ARENA).

Com esta sigla conviveu pacífica e  comodamente, apoiando medidas arbitrárias. Quem com maior empenho, na área civil, elogiou o AI-5? Ocasião em que acusou a oposição de simplista por haver esta se posicionado de forma contrária a tais irregularidades? O então governador Sarney!

Comporta neste espaço acrescentar a afirmação que fez da Tribuna do Senado, a respeito da nossa soberania, que segundo ele passava a ser exercida em toda a sua plenitude com o advento dos militares no poder, deixando, pois, de ser mero “slogan”!

Apesar de suas habituais mistificações, não consegue esconder as suas honoríficas qualidades de itinerante no campo político – ideológico: atitudes que lhe asseguram a titularidade de Trivial convolador!

Aferrado ao individualismo, preconceitos e superstições, o seu horizonte não passa da altura do seu umbigo.

Essas atrofias, sempre tendentes a evoluir, faz parte de sua gênesi política.

Caudatário das oligarquias transplantadas dos demais estados do Nordeste para nossa terra, através do Senador Vitorino, procurou de imediato aliançar-se com este, em favor do qual fazia exacerbada apologia, e ainda o tratando por chefe, com gestos bajulatórios...

Durante os 14 anos que se juntou com Vitorino, contribuiu substancialmente para transformar o Maranhão num celeiro de atraso e miséria! Isso acontecendo na primeira fase da sua já acidentada carreira política.

Inspirado no fisiologismo, comumente a presidir as suas ações, tão logo previra o declínio do império vitorinista, rompe com o mesmo, colocando seu apoio à disposição da facção que com tanta veemência combatera!

Note-se que, anos antes, objetivando à participação de seus mais fieis escudeiros no primeiro escalão do governo da época, simula desligamento com os detentores do poder, dizendo-se a favor da candidatura do deputado Millet à governança do estado. Porém, bastou o chefe do Executivo disponibilizar-lhe duas secretarias de Estado (Saúde e Agricultura), para que ele retornasse às suas raízes ou ao salutar convívio vitorinista. Consumara-se, dessa forma, mais uma vilania por parte da figura em foco!    

O mais cômico acontece no momento em que, incorporando-se ao novo grupo utiliza-se, sem o mínimo escrúpulo, de recursos espúrios para criticar os mesmos mandatários que o ajudara a eleger. O refrão por ele instrumentalizado baseava-se no atraso sofrido pelo Estado naqueles 20 anos de domínio vitorinista, como se o mesmo nunca participara desse vergonhoso e deprimente processo!

A realidade é que, estimulado pela volúpia do poder a lhe abastecer o ego, nunca soube ser oposição. Acostumou-se desde cedo a depender de governos. Agindo como experiente bailarino político, só dança mediante os acordes sublimados pelos orquestradores do poder. E como dança!...

Nos idos que antecederam sua candidatura à governança estadual, através do artigo de nossa autoria, publicado no Jornal Pequeno, intitulado a FALSA COMÉDIA, alertávamos o perigo que representava para o Maranhão o ainda jovem José Sarney!

Para não nos alongarmos, fiquemos só nesses detalhes, embora existam tantos outros.


Agora, fazemos um apelo à nova geração: que esta fixe na memória, se possível de forma didática, a máxima (já que esta tem a ver com a figura do político José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, por cognome Sarney): PASSADO COMPROMETEDOR, FUTURO DUVIDOSO!

(*) Wagner Baldez - é Servidor Público Aposentado, membro do Comitê de Defesa da Ilha, um dos fundadores do instituto Maria Aragão e integra a Executiva Estadual do PSOL/MA.

Artigo Wagner Baldez - A cultura do descaso


 Wagner Baldez (*)

Será possível que os gestores, tanto o estadual quanto o municipal insistam com péssimo costume de ultimarem as providências requeridas – seja qual for o setor da administração pública – após o “caldo derramado”, ou então quando cutucados, através de artigos publicados nos órgãos de imprensa: aliás, desde que o periódico seja independente?!...

A esse respeito, queremos nos referir à tradicional Casa dos Estudantes Secundaristas, situada na Rua do Passeio.

Foram hóspedes dela muitos dos que chegaram a exercer posições relevantes no cenário sócio-político-cultural, tais como: parlamentares, literatos, inclusive chefe de Estado.

Naquela época, centenas foram os estudantes a ocuparem aludido Casarão, reduzidos atualmente a dois residentes!...

De algum tempo para cá, as pessoas que conheceram dito palacete, colocam em dúvida tratar-se realmente da Casa dos Estudantes, tal a má impressão causada, principiando pela fachada completamente encardidas e pelas janelas deterioradas. Na parte interna, as portas dos alojamentos em precário estado de conservação, os forros na iminência de desabamento, pondo em risco a vida dos ocupantes. Também alguns dos sanitários, sem condições de uso!

Quando Castelo ocupou o Governo, denunciamos a situação deplorável em que se encontrava referida morada, através de artigo intitulado: CASA DOS ESTUDANTES: UM PATRIMÔNIO EM EXTINÇÃO (acesse o blog do professor Franklin Douglas: ECOS DAS LUTAS), matéria que obteve completa ressonância entre as autoridades, já que cuidaram de resolver o problema com certa urgência.

Agora, depois de todos esses anos, voltamos a fazer semelhante apelo.


Referida ocorrência se repetem em nosso estado simplesmente pela ausência de competência, acrescida do completo descaso por parte da“Governadora”, cuja única preocupação limita-se a gastar milhões em propaganda enganosa!!! 

(*) Wagner Baldez - é Servidor Público Aposentado, membro do Comitê de Defesa da Ilha, um dos fundadores do instituto Maria Aragão e integra a Executiva Estadual do PSOL/MA.

domingo, 5 de outubro de 2014

A LÓGICA DA REPRODUÇÃO DO PODER OLIGÁRQUICO NO MARANHÃO



Franklin Douglas (*) 

Neste domingo, 5 de outubro de 2014, Flávio Dino deve tornar-se o terceiro governador eleito pelas “oposições” no Maranhão, em quase meio século de pleitos ao Executivo Estadual. Tudo indica que ele repetirá o feito de José Sarney (1965) e o de Jackson Lago (2006).
Que diferenças e semelhanças há nos três casos?
Sarney, em 1965, nunca foi uma opção iniciada por fora do sistema: foi uma autêntica dissidência por dentro da classe dominante – no Maranhão, no Rio de Janeiro (sede do Governo Federal, à época), nos três poderes constituídos, no coronelismo dos rincões maranhenses.
De dissidência intraoligárquica, em substituição a Vitorino Freire (que o exercera antes por duas décadas), Sarney consolidou-se como dirigente do poder oligárquico no Maranhão, com o apoio dos generais, em seus 20 anos de Ditadura Militar, e sua adesão à Aliança Democrática de Tancredo Neves, cuja morte às vésperas da posse possibilitou ao sarneismo mais 20 anos de poder, a partir do exercício da Presidência da República (1985-1990), e cujos instrumentos lhe garantiram a cooptação da oposição do PMDB maranhense, via Epitácio Cafeteira (pleito de 1986), e, nos anos 2000, sua aliança com Lula da Silva, que lhe dá mais nove anos de sobrevida, com a cooptação do PT maranhense.
Jackson Lago, em 2006, venceu porque candidato do governo José Reinaldo, dissidente do sarneismo, mas logrou êxito enfrentando o poder central em Brasília, o mito Lula, e praticamente toda a estrutura oligárquica local, ainda que trazendo para si o apoio da oposição conservadora. Seu vínculo às lutas democráticas, ao brizolismo, às lutas populares maranhenses, sua primeira eleição de prefeito (1988), tornaram Jackson Lago uma opção por fora do poder oligárquico maranhense, embora só tenha vencido por conta do determinante apoio do Governo do Estado e dos setores da dissidência oligárquica.
Seu vacilo, no primeiro momento pós-eleito, em acenar para a oligarquia, o que lhe rendeu o famoso artigo “Velho Escroto”, de Edison Vidigal, e a tomada crescente de seu governo pelos aliados conservadores, isolando os setores ligados aos movimentos sociais e à militância petista que também lhe apoiaram, levou a seu ocaso via um golpe judiciário, no dia 16 de abril de 2009.
Embora até tentasse, Lago demorou a compreender que nunca seria uma opção da lógica do poder oligárquico. Fora uma opção aceita pela oposição conservadora, cujo líder de então, José Reinaldo, não acreditara na eleição do pedetista por fora da lógica do poder em Brasília e no Maranhão, de tal modo que fez de um ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – Edison Vidigal, o seu candidato preferencial ao governo, montando uma coligação lulista em seu apoio, reunindo PSB-PT-PCdoB.
Flávio Dino, em 2014, aproxima-se mais da experiência da chegada de Sarney ao Governo do que do exemplo de Jackson Lago. Embora gestado na oposição de esquerda (ex-PCdoB, ex-PT, novamente PCdoB), Dino galgou espaço nos poderes constituídos, iniciando pelo mais conservador deles, o Judiciário; seu mandato de deputado federal foi obtido sob a autêntica lógica do voto oligárquico: chefe orienta, coronel implementa, votos de cabresto multiplicam-se nas urnas.
A metamorfose dinista, entre 2006 e 2014, foi mais acelerada do que se supunha: (i) de oposição de esquerda (fora dele a invenção do discurso do “pós-Sarney”, em 2006, e do “enfrentamento às oligarquias Sarney e Lago”, em 2008) transitou aceleradamente para (ii) oposição consentida (em 2008, teve o voto de Roseana Sarney e Gastão Vieira, no segundo turno das eleições para prefeito de São Luís), saltando à  dissidência oligárquica, sob comando de José Reinaldo, Humberto Coutinho e Roberto Rocha, para incorporar a (iii) oposição conservadora, a partir do apoio que buscou e recebeu, de lideranças como José Vieira e os tucanos João Castelo e Sebastião Madeira; às vésperas da eleição, sua candidatura (ex-oposição de esquerda; ex-oposição consentida; ex-oposição conservadora) constitui-se (iv) a opção por dentro do próprio sistema oligárquico de poder, com a adesão, nada republicana, por exemplo, do grupo comandado pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Edmar Cutrim.
Percebe como a terceira “vitória da oposição” assemelha-se em muito com a primeira, caro(a) leitor(a)?
Rigorosamente, as três vitórias da oposição no Maranhão foram batalhas vencidas pelo poder oligárquico, que apenas alternou a personificação de seus líderes: sendo um por dentro da estrutura; um por fora, a qual engoliu e depois livrou-se dele; e um por dentro da estrutura cujo caráter do governo, se obedecida à lógica da construção da aliança, tende a retomar, mutatis mutandis, a experiência de 1965.
Isto porque, em suas quase cinco décadas de poder, o sarneismo usou e abusou da estrutura oligárquica que, para ter sobrevida, volta-se agora contra ele.
Em seus 18 anos de exercício direto do Governo Estadual (José Sarney – 1966 a 1970; Roseana Sarney –1995 a 1998; 1999 a 2002; 2009 a 2010; 2011 a 2014), e nos demais, exercidos por governadores eleitos pelo grupo como um todo, embora mantendo algum contencioso aqui e ali (Pedro Neiva de Santana - 1971 a 1974, Nunes Freire – 1975 a 1978, João Castelo – 1979 a 1982, Luís Rocha – 1983 a 1986, Epitácio Cafeteira – 1987 a 1990, Edison Lobão – 1991 a 1994, e José Reinaldo – 2003 a 2006), todos, absolutamente todos, utilizaram-se do apoio da estrutura do poder oligárquico para se eleger.
Basta ver com quem, hoje, vão às urnas grande parte dessa estrutura (bancada de deputados federais, do Legislativo estadual e das Câmaras Municipais), prefeituras municipais, detentores dos cargos federais no estado, agentes do TCE, do judiciário e do Ministério Público, a maioria das famílias e agrupamentos políticos em torno de ex-governadores do Estado. Ou seja, basta analisar para qual candidatura o o aparelho do Estado oligárquico se volta.
Candidato e candidatura são coisas radicalmente diferentes. Mas, geralmente, a segunda engole o primeiro, sobretudo em movimentos que vêm mais de acomodação do que de enfrentamento com a estrutura vigente.
Acontece neste 5 de outubro de 2014 o que ocorreu em 3 de outubro de 1965: a restauração da lógica do poder oligárquico.
Com Sarney, esse processo estendeu-se por 49 anos, para, ao final, derreter como um picolé sob um sol escaldante. A duração do ciclo dinista desse poder oligárquico, que se instaura a partir de agora, será diretamente proporcional à luta de classes que se resolverá no segundo turno das eleições presidenciais, à agenda dos movimentos sociais de resistência, no pós-eleição, e ao papel de intelectuais e partidos de esquerda que não silenciaram, não serviram de apoio ou aderiram à via, para chegar ao poder, pelo atalho fácil da aliança com a estrutura oligárquica.
E, sobretudo, em ter a convicção de que TUDO O QUE SÓLIDO SE DEMANCHA NO AR! Sejam velhas, sejam novas estruturas do poder oligárquico!!


(*) Franklin Douglas -  jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 5/10/2014, opinião

A LÓGICA (DA MANIPULAÇÃO) DAS PESQUISAS ELEITORAIS NO MARANHÃO



Franklin Douglas (*) 


Em setembro de 2006, no artigo “Quem inventa defunto para ganhar eleição não manipula pesquisa de opinião?” (Jornal Pequeno, 29/9/2006), alertávamos as oposições, naquele ano, sobre a prática da oligarquia com as pesquisas nas eleições de 1994. Para tanto, expúnhamos as palavras do próprio oligarca-mor sobre o tema:
“ ‘O maior eleitor das eleições é a pesquisa. Ela desperta a visão de qualidades dos concorrentes, provoca ondas de adesão e conduz o eleitorado indeciso a uma decisão que, pela dinâmica das coisas, tende para votar no vencedor’. Nestas palavras, José Sarney expressa claramente o entendimento que tem sobre as pesquisas eleitorais. Publicou esta opinião em seu jornal – O Estado do Maranhão, no dia 14 de agosto de 1994, na Coluna do Sarney.
Em seu artigo ‘O lado oculto das pesquisas’, Sarney revela a sua astúcia em ‘bem’ utilizar as pesquisas. Elas servem para legitimar a votação, mas também manipulações. No caso, bem orquestradas pela oligarquia maranhense. Essa ‘estratégia’ foi bastante usada em 1994”.
A lógica do uso e abuso das pesquisas é, dizíamos:
“Pesquisas que atribuem votos. Supostos votos que justificam liderança nas pesquisas. Liderança nas pesquisas que justificam mais votos. Mais votos que justificam crescimento e, por fim, vitória eleitoral...
Em 1994, o IBOPE se prestou a este serviço [...]. No primeiro turno daquelas eleições, o IBOPE realizou cinco sondagens [...], registradas nas capas d´O Estado do Maranhão:
1ª pesquisa – em 12 de agosto de 94: ‘Roseana dispara na corrida às urnas – IBOPE revela que a candidata da Frente Popular pode vencer no primeiro turno’. O IBOPE dava a Roseana 47% dos votos, contra 32% para Cafeteira e 10% para Jackson;
2ª pesquisa – em 26 de agosto de 94: ‘IBOPE: Roseana sobe, Cafeteira desaba’. O instituto de pesquisa projetava 50% dos votos para Roseana, contra 24% para Cafeteira e 11% para Jackson;
3ª pesquisa – em 09 de setembro de 94: ‘Roseana vence no primeiro turno, diz IBOPE’. Roseana obteria 50% dos votos. Cafeteira, 26%. Jackson, 9%;
4ª pesquisa – em 23 de setembro de 94: ‘IBOPE: dá Roseana no primeiro turno’. Roseana ficaria com 51%, enquanto Cafeteira com 26% e Jackson com 10%;
5ª pesquisa (a de boca-de-urna) – em 04 de outubro de 94: ‘IBOPE faz pesquisa de boca-de-urna e aponta vitória de Roseana Sarney’. Eleição decidida no primeiro turno ficando Roseana com 40% dos votos e Cafeteira com 22% e Jackson com 13%.
Não faltou, ainda, a Econométrica para apontar 57% dos votos para Roseana, às vésperas das eleições: ‘Econométrica dá vitória a Roseana’ (OEST-02/10/1994-capa).
Mas, qual foi o resultado mesmo do primeiro turno das eleições de 1994? Para desespero de Roseana (“ ‘Segundo turno não me perturba’, diz Roseana” – OEST-09/10/1994), o TRE totalizava os votos da eleição com um resultado que nenhuma pesquisa do IBOPE ou da Econométrica anteriormente divulgara: segundo turno!
Roseana teria que enfrentar Cafeteira, tendo contra si mais de 52% de votos: a soma dos votos dados a Cafeteira - 30,79%, Jackson - 20,79% (que nas pesquisas nunca superara os 11%!!) e Francisco das Chagas (PSTU) – 1,83%. Para ganhar a eleição, Roseana precisava de um milagre. Foi mais fácil para Sarney inventar um defunto...” (Jornal Pequeno, 29/9/2006)
Nesse contexto, o milagre de Sarney que deu a vitória a Roseana foi o defunto Reis Pacheco, um suposto assassinato de um ferroviário a mando de Cafeteira que, mesmo desmentido às vésperas do segundo turno, não foi suficientemente desmontado para evitar a derrota do candidato da oposição.
Em 2006, o mesmo método:
“Pesquisas confirmam a vitória de Roseana no primeiro turno” (O Estado do MA, 30/09/2006, p. 3), reportando às pesquisas que davam ampla vantagem a Roseana Sarney sobre as oposições: Econométrica – Roseana, 56,5% x Jackson, 30,4% x Vidigal, 11% x demais candidatos, 2,1%; Escutec - Roseana, 57,7% x Jackson, 26,3% x Vidigal, 11,1% x demais candidatos, 4,9%...
O resultado daquela eleição, no primeiro turno, foi: Roseana Sarney (PFL) – 47,20% dos votos, Jackson Lago (PDT) – 34,35%, Edson Vidigal (PSB) – 14,26%, Aderson Lago (PSDB) – 3,44%, demais candidatos (Antonio Aragão-PSDC, Carlos Saturnino-PSOL, João Bentivi-PRONA, Ribamar Pedrosa-PCO e Marcos Silva-PSTU) – menos de 1% dos votos.
No segundo turno, enquanto Ibope apontava o empate (Jackson, 50% x Roseana, 50%) e Brasmarket a vitória de Roseana (Roseana, 52,8% x Jackson, 47,2), o resultado foi a eleição de Jackson Lago com 51,81% dos votos, contra Roseana Sarney, com 48,18%.
 Jackson Lago, possivelmente venceu aquela eleição por diferença até maior. A madrugada do dia da eleição foi tensa, com a constatação de fraude eleitoral na própria urna eletrônica, como comprovara técnicos da oposição junto à justiça eleitoral. Alertado, às 3 da manhã, sobre o fato, o cálculo de Jackson Lago foi exato: não havia o que fazer. Não se tinha instrumentos para denunciar e muito menos desmobilizar o processo eleitoral àquela altura. Só restava aguardar. Mantenho minha avaliação da época: a oligarquia errou no cálculo da fraude! Fraudou menos votos do que supunha, por suas pesquisas reais, do que seria a diferença pró-Jackson.
De tão repetitiva em seus métodos, a oligarquia possibilitou também à oposição consentida aprender a manipular pesquisas. Com os seus institutos (Exata, Amostragem, DataM), ela também usa e abusa do mesmo método: pesquisas que atribuem votos; supostos votos que justificam liderança; liderança nas pesquisas que justificam mais votos; mais votos que justificam crescimento e, por fim, vitória eleitoral!
Tal como José Sarney, Flávio Dino também crê que o maior eleitor das eleições é a pesquisa. Eis aqui um viés pelo qual podemos demonstrar que, nesta reta final da eleição, a oposição consentida configura-se, concretamente, numa “nova” restauração do poder oligárquico no Maranhão.
Alerta, caro(a) (e)leitor(a)! Não se deixe enganar por pesquisas. Em eleição de dois turnos, no primeiro turno vota-se no candidato que o eleitor(a) acredita ser o melhor; no segundo, naquele que lhe resta como o menos pior. Não se submeta à lógica da manipulação de sua vontade: o que vale é sua consciência e o seu voto na urna!

(*) Franklin Douglas -  jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 21/9/2014, opinião


A LÓGICA DAS CAMPANHAS MILIONÁRIAS DO MARANHÃO



Franklin Douglas (*) 


Os ricos do Maranhão reúnem pouco mais de 5.700 famílias. Representam 2,9% do total de 6.851.000 (seis milhões oitocentos e cinquenta e um mil) maranhenses.
Das famílias multimilionárias do Maranhão, a mais conhecida é a Sarney, cuja fortuna visível já foi avaliada em 125 milhões de reais pela Revista Veja. A família Sarney, como as famílias Murad, Lobão, Fecury, Cutrim, Ribeiro, Castelo, Rocha, dentre outras, encontram-se no ponto mais alto do topo de pirâmide social do miserável estado do Maranhão.
Essa conformação social de altíssima concentração de renda se repete na configuração político-partidária. São variados os exemplos de candidatos a deputado cujo patrimônio pessoal é multimilionário. E cujas campanhas também estão orçadas em volumosos milhões de reais. O que leva à “naturalização” de uma ideia de que estes serão os eleitos. Regra instituída tanto nos partidos da oligarquia quanto nas agremiações da oposição consentida.
Participa, se candidata e ganha eleição quem tem milhões para gastar!
Estamos frente a mais gritante PLUTOCRACIA do país. Aqui, a DEMOCRACIA DOS RICOS, a plutocracia maranhense, não só concentra riqueza e poder como busca interditar qualquer alternativa que possa surgir fora desse nefasto eixo de financiamento de campanhas.
Financiamento este que, na prática, já é público, pois, o que não são os 70 MILHÕES DE REAIS, conforme o Diário Oficial do Estado de 2/7/2014, transferidos fundo a fundo do orçamento da Secretaria de Saúde do Estado para os municípios, que não o início do grande financiamento da fraude da vontade eleitoral do povo maranhense nestas eleições?
Nas campanhas ao Senado Federal, então, o escárnio plutocrático é mais evidente ainda.
Dos seis candidatos, dois deles estimam seus gastos de campanha em estratosféricos milhões de reais: Gastão Vieira – 20 MILHÕES DE REAIS, o equivalente a 49 vezes mais do que o seu patrimônio pessoal declarado à justiça eleitoral; e Roberto Rocha – 10 MILHÕES DE REAIS, 65 vezes mais que o patrimônio declarado ao Tribunal Regional Eleitoral. Por sinal, outra zombaria: como um dono de fazenda, emissoras de televisão, terrenos, cabeças de gado, filho de ex-governador, etc, possui apenas R$ 152 mil de patrimônio?
Caro (e)leitor, cara eleitor(a), você sabe quanto um candidato ao Senado em São Paulo pretende gastar na campanha eleitoral para conquistar o voto da maioria dos quase 32 milhões de eleitores paulistas?
Em São Paulo, o atual senador Eduardo Suplicy, para alcançar a reeleição, pretende gastar 15 milhões de reais. Seu principal adversário, José Serra, planeja gastar R$ 30 milhões. Isso, no Estado mais rico do país, cujo PIB (Produto Interno Bruto) é quase 30 vezes superior ao PIB maranhense e que possui o principal colégio eleitorado do país, sete vezes maior que o do Maranhão.
Gastão Vieira e Roberto Rocha, juntos, pretendem gastar o dobro que o senador da República por São Paulo estima para se reeleger. PENSEM EM CANDIDATURAS QUE NÃO TRAZEM MUDANÇA ALGUMA!
No Maranhão, o rompimento com essa lógica plutocrática de campanhas milionárias, especialmente ao Senado, vem sendo crescentemente assumida pelos cidadãos e cidadãs maranhenses:
a) Em 1998, o candidato petista Haroldo Saboia alcançou 390 mil votos (11,65% do eleitorado – para uma vaga em disputa);
b) Em 2002, o mesmo candidato somou 474 mil votos (23,3% do eleitorado – para duas vagas em disputa);
c) Em 2006, o petista Bira do Pindaré totalizou 557 mil votos (21,58% do eleitorado – para uma vaga);
Mesmo em 2010, quando inexistiu uma autêntica candidatura de esquerda ao Senado nas coligações oposicionistas (então divididas entre o ex-governador José Reinaldo Tavares (727.602 votos) e os tucanos Edison Vidigal (502.600 votos) e Roberto Rocha – 642.853 votos), por fora da lógica das campanhas milionárias e sem qualquer estrutura de campanha, o desconhecido professor Adonilson Lima somou 226 mil votos.
O que se vê, portanto, é que há espaço político e social para candidaturas que rompam com a lógica plutocrática. Para tanto, é preciso POLITIZAR O PROCESSO ELEITORAL, e não sucumbir à lógica das milionárias campanhas que anulam e silenciam a opção por uma nova política. Um de seus desafios nessas eleições de 2014, caro(a) (e)leitor(a)!


(*) Franklin Douglas -  jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 24/8/2014, opinião